O andar no Espírito: orar sem cessar (15)

 

Cristo é uma fonte infinita e inesgotável de poder. Pode ser comparado a uma Usina de força poderosíssima que gera energia 24 horas por dia.

Nós somos como uma lâmpada que não tem energia em si mesma. A lâmpada pode ser muito boa, porém se não estiver ligada à energia da Usina, não acenderá. O Espírito Santo é o cabo que nos liga à usina que é Cristo.

A luz da lâmpada depende que ela esteja ligada à energia da Usina. Se, em algum momento cortarem a ligação dela com a Usina, a lâmpada apagará, revelando que ela não tem força em si mesma, depende totalmente da Usina.

Assim nós também dependemos de estar 24 horas por dia “ligados à Usina”, que é Cristo. Isto quer dizer que temos que andar no Espírito 24 horas por dia. Se queremos viver a vida abundante que Jesus prometeu, se queremos provar da suprema grandeza do poder de Deus operando em nós, ande­mos no Espírito.

Ao andarmos no Espírito o tempo todo,
provamos a suprema grandeza do
poder de Deus operando em nós.

Necessitamos de constante enchimento

Certo irmão orava todos os dias pedindo ao Senhor que o enchesse com o Espírito Santo. Dia após dia repetia esta oração. Uma vez, um outro que andava com ele, lhe perguntou: “Por que você pede todos os dias ao Senhor para que o encha com o Espírito Santo? Será que você nunca chega a ficar cheio?” En­tão o primeiro lhe respondeu: “É que eu tenho um problema. Eu sou um vaso furado. Necessito ser cheio todos os dias”.

Que verdadeira resposta. Necessitamos de enchimento diário.

“E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.” (Ef 5.18-21)

O texto acima nos dá luz sobre como buscar encher-se a cada dia: por meio da comunhão com Deus e uns com os outros. Necessitamos encher nossas mentes com louvores a Deus, com ações de graças, com a Palavra de Deus, sujeitando-nos também uns aos outros.

Certa vez, um índio convertido procurou o missionário que cuidava dele e abriu seu coração: “Não sei o que está acon­tecendo comigo. Parece que dentro de mim há dois leões. Um bom e um mau. E eles vivem lutando. Às vezes vence o bom, às vezes o mau. O que eu posso fazer para acabar com isto?” O missionário lhe disse: “É verdade. Há essa luta dentro de todos nós. E você não tem como tirar o leão mau daí. Mas uma coisa você pode fazer. Você pode controlar a comida de cada um. Só dê comida para o leão bom, e ele será sempre vitorioso.”

“Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna.” (Gl 6.8)

O andar no Espírito requer um enchimento constante.

Enquanto vivemos neste corpo mortal, temos que con­viver com esse conflito. Mas, uma coisa podemos fazer: con­trolar aquilo que vemos, ouvimos e pensamos. Abandonemos tudo aquilo que não agrada a Deus e agrada nossa carne. Dei­xemos as conversas vãs e os programas de televisão que falam de fornicações, adultérios, corrupção, violência e homicídio. Enchamos nossa mente com aquilo que edifica. Alimentemos nosso espírito e nossa fé com a palavra de Deus, com salmos, hinos e cânticos espirituais.

O orar sem cessar

“Orai sem cessar.” (1Ts 5.17)

“… orando em todo tempo no Espírito… “ (Ef 6.18)

Este é um segredo do andar no Espírito. É um dos maiores pri­vilégios e necessidades dos filhos de Deus. Andar o dia todo orando e se relacionando com o Senhor. É uma prática que expressa o pró­prio andar no Espírito. É passar o dia todo em comunhão com Deus, dependendo dEle, falando com Ele, ouvindo-O e obedecendo-O.

Essa vida é possível? Sim. Se não fosse, a palavra não nos diria “orai sem cessar.” Busquemos crescer nesta práti­ca. Não fiquemos perdidos em nossos próprios pensamentos. Transformemos cada pensamento em oração. Estejamos em permanente comunhão com o Senhor. Em casa, na rua, no tra­balho, em todo lugar e a todo instante oremos sem cessar. Esse é um novo estilo de vida. Uma vida cheia do Espírito Santo. Uma vida santa e vitoriosa. Uma vida cheia de Cristo.

“Pimpleimi” e “Pleiros”

Na Seção A Porta – Como se tornar um discípulo, estudamos a respeito do dom do Espírito Santo. Vimos que o dom do Espírito Santo, ou o batismo com o Espírito Santo, é uma experiência pessoal e definida que um discípulo deve ter logo de entrada no reino de Deus. É uma experiência em que Deus nos enche com o Seu Espírito e nos reveste de poder. Recebemos poder para teste­munhar e manifestar os dons. O Batismo com o Espírito Santo nos capacita para o serviço a Deus.

Entretanto, existe um outro aspecto do enchimento com o Espírito Santo. Na língua original do Novo Testamento, vemos ali duas palavras gregas que são traduzidas como “enchimento do Espírito”. São as palavras “pimpleimi” e “pleiros”.

A primeira palavra – “pimpleimi”, aparece em textos como Lc 1.15 – João Batista; Lc 1.41 – Isabel; Lc 1.67,68 – Zacarias; At 2.3,4 – Pentecostes; At 4.8 – Pedro; At 4.31 – os discípulos; At 9.17 – Paulo; At 13.9-11 – Paulo novamente. Esta palavra sig­nifica “ficar cheio”. É uma experiência repentina e momentânea, mas não há continuidade. É dada para cumprir um determinado trabalho. É o revestimento de poder para testemunhar, para profe­tizar, para fazer a obra de Deus. É a experiência do batismo com o Espírito Santo que o discípulo deve ter imediatamente na porta.

A outra palavra – “Pleiros”, aparece nos textos de Lc 4.1 – Jesus; At 6.3 – os diáconos; At 7.55 – Estêvão; At 11.24 – Barnabé; Ef 5.18 – a ordem para se encher do Espírito. Esta palavra significa “ser cheio”, mas não como uma experiência do momento, e sim como uma continuidade. Não está relacionada com uma obra a fazer ou com uma tarefa específica a cumprir. Mas sim, é um enchimento permanente para a vida.

Andar no Espírito é ser cheio do
Espírito Santo o tempo todo.

Os textos onde aparecem a primeira palavra – “pimplei­mi”, dão a idéia de ser enchido “de fora para dentro” (o que combina com as palavras “caiu” e “derramado”). A outra pala­vra – “pleiros”, dá a entender um enchimento de dentro para fora. A primeira experiência é um derramamento, a segunda é um trasbordamento. A primeira é para testemunhar falando de Cristo, a segunda é para mostrar o caráter de Cristo. A primeira nos capacita para manifestar os dons do Espírito Santo descri­tos em 1Co 12.7-11, a segunda nos capacita para manifestar o fruto do Espírito descrito em Gl 5.22,23. A primeira é uma experiência definida. A segunda é um processo de crescimento. É o Andar no Espírito.

A experiência inicial do batismo com o Espírito Santo não é tudo, não é um atestado de maturidade. Devemos agora ser cheios do Espírito Santo andando no Espírito.

Existem duas experiências de enchimento com o
Espírito Santo: uma instantânea e específica e
uma contínua e crescente.

Alguns irmãos que não compreendem isto, às vezes pre­gam e ensinam com unção, ou são usados com manifestações de poder e de milagres, mas quando vamos conhecê-los na inti­midade nos decepcionamos com suas vidas. Seu relacionamen­to em casa com a esposa e filhos e na igreja com os irmãos, não demonstra o caráter de Cristo. A explicação é que estes irmãos são cheios “de fora para dentro”, um enchimento momentâneo para fazer uma determinada obra, mas não andam no Espírito. Eles recebem um tipo de revestimento de poder que não opera nenhuma mudança no caráter. É apenas para fazer uma obra e depois, quando a obra termina, o revestimento se vai.

Busquemos crescer na experiência do enchimento contí­nuo e crescente do Espírito Santo.

Você encontra mais sobre a realidade de nossa Vida em Cristo em:

(Texto retirado da Apostila A Vida em Cristo – Edição 2004
– Igreja em Salvador – Site Fazendo Discípulos)