Batismo (1): A prática de Jesus e apóstolos

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Esse é outro passo que está associado à porta do reino. Não é um passo do caminho, não é para depois de algum tempo de vida cristã: está na Porta. Quando falamos sobre arrependimento, necessitamos esclarecer a diferença entre o que a Bíblia ensina e alguns conceitos errados que a igreja tem abraçado. Agora, ao falar sobre o batismo, também necessitamos de esclarecimento, porque esse assunto também está carregado de conceitos humanos que retiraram do batismo a sua tremenda importância. Rebaixaram o batismo a um plano inferior, afirmando que não passa de um mero “símbolo” de nossa morte com Cristo, ou, pior ainda, um simples testemunho público de nossa fé.

Então o batismo é mais do que isto? Afirmamos que sim. O batismo está revestido de sentido e de realidade espiritual. Isso é o que nos afirmam Jesus e os apóstolos. Vejamos passo a passo o que as escrituras nos ensinam:

A Palavra de Jesus

“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” Mt 28.19-20

“Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.” Mc 16.16

No texto de Mateus, Jesus colocou o batismo no início da vida com ele. Primeiro batizar e depois ensinar a guardar as coisas que ele ordenou. Não diz que é para primeiro ensinar e depois batizar.

Jesus colocou o batismo para o início da vida cristã.

O texto de Marcos é mais forte e muito claro: “Quem crer e for batizado será salvo”. A igreja vive como se Jesus tivesse falado: “Quem crer e for salvo, deve ser batizado”. Que autoridade temos para trocar as palavras do Senhor? Por que a maior parte da igreja crê que o batismo não é importante para a salvação? Se o batismo fosse apenas o que a igreja tem ensinado, Jesus nunca diria o que disse. Será que Ele estava entusiasmado e exagerou um pouco? Sabemos que não. Portanto, vamos devolver-lhe a autoridade. Vejamos como os apóstolos interpretaram o ensino de Jesus sobre o batismo.

A Prática dos Apóstolos

Em todo o livro de Atos dos Apóstolos, encontramos nove casos de batismo. Analisando todos esses casos, podemos perceber um fato muito significativo que é algo comum a todos eles: em todos os casos, o batismo aconteceu imediatamente após receberem a palavra. Os apóstolos não esperavam nem sequer um dia. Há alguns casos que são até estranhos. Vamos vê-los:

  • No pentecoste (At 2.38,41): batizaram três mil em um só dia. Por que não foram batizando aos poucos? Por que não procuraram primeiro conhecer toda aquela gente? (havia muitos que eram de outras cidades).
  • Os samaritanos (At 8.12): o único requisito era dar crédito à palavra do reino e ao nome de Jesus. Não era necessário passar por provas nem necessitavam de meses de estudos bíblicos.
  • O etíope eunuco (At 8.36-38): Era um gentio. Filipe nem o conhecia. Talvez por isso havia uma pergunta: Há algo que impede que eu seja batizado? A resposta foi: é lícito te batizares. Novamente não necessitava de uma escolinha para batismo.
  • Paulo (At 9.17,18; 22.13-16): Foi o caso que mais demorou (três dias), mas isso porque ele estava isolado e cego. Não havia quem o batizasse. Ainda assim, quando Ananias foi até ele, perguntou: Por que te demoras? (vs. 22.16).
  • Cornélio e a família (At 10.44-48): Aqui eram muitos gentios que Pedro não conhecia, mas ele mandou batizá-los imediatamente, mesmo sabendo que os judeus em Jerusalém iriam estranhar e questionar (ver cap. 11).
  • Lídia e a família (At 16.13-15): Novamente um batismo imediato. E era uma mulher gentia.
  • O carcereiro e a família (At 16.30-34): Esse é o caso mais interessante. O vs. 25 mostra que tudo começou por volta da meia-noite , quando se sucederam uma série de acontecimentos (vs. 26-31). Depois, Paulo e Silas pregaram para toda a família do carcereiro (vs. 32). A seguir, o carcereiro foi lavar os vergões dos açoites de Paulo e Silas. E então foram batizados naquela mesma noite (vs. 33). Mas era madrugada! Por que tanta pressa? Paulo não podia nem mesmo esperar o amanhecer? O que os apóstolos viam de tão importante no batismo para serem tão apressados em batizar? Certamente que para eles não era apenas um símbolo. Também não era um testemunho público de fé (em vários casos não havia público nenhum). O que era então? Vejamos primeiro outros casos.
  • Crispo e outros (At 18.8): Novamente, a única condição para ser batizado era receber a palavra (criam e eram batizados). Aqui não fala que eram batizados no mesmo dia, também não fala o contrário. Certamente que os apóstolos tinham uma só prática.
  • Os doze efésios(At 19.4,5): Logo que ouviram sobre Jesus, foram batizados.

Vimos então que a prática dos apóstolos era muito diferente do que a igreja pratica hoje. Para eles, o batismo era algo tão importante, tão fundamental e indispensável, que quando alguém recebia a palavra era batizado imediatamente, não importando quem fosse, nem que horas eram. O que era o batismo para eles? Isso trataremos no próximo artigo sobre o batismo.

Para os apóstolos, o batismo era tão fundamental
que, quando alguém recebia a palavra,
era imediatamente batizado.

(Texto retirado da Apostila Princípios Elementares – Edição 2013
– Igreja em Salvador – Site Fazendo Discípulos)

Leia mais em:

Batismo (2): O discípulo é unido a Cristo

A PORTA – Como se tornar um discípulo